O que é Quiet Quitting?
07/10/2022Quiet Quitting, ou “demissão silenciosa”, é um dos termos mais falados do último mês no mundo corporativo. O conceito surgiu na rede social TikTok por um engenheiro de 24 anos chamado Zaid Khan, que explicou a proposta do movimento: "Você não está desistindo do seu emprego, mas está abandonando a ideia de ir além no trabalho".
O vídeo acabou viralizando na internet e vem ganhando cada vez mais visibilidade, mas para sabermos profundamente o que está por trás dessa polêmica, é necessário avaliar alguns números.
Segundo uma pesquisa da American Psychology Association, com 1501 trabalhadores dos EUA, 79% dos entrevistados disseram ter estresse relacionado ao trabalho.
Na mesma pesquisa, 3 a cada 5 trabalhadores afirmaram impactos negativos relacionados ao estresse no trabalho, como falta de interesse, motivação e energia (26%) e falta de esforço (19%). 36% dos entrevistados reportaram cansaço cognitivo, 32% alegaram exaustão emocional e 44% fadiga física.
Todos esses números se conectam a uma doença ocupacional: o Burnout, estresse crônico relacionado ao trabalho. No Brasil, os problemas também são os mesmos, o país ocupa a segunda posição de afetados por estresse no trabalho, 1 em cada 3 brasileiros sofre de Burnout. É nesse panorama que as mudanças de comportamento no mundo corporativo acontecem.
A demissão silenciosa
Ao contrário da tradução literal, o conceito do Quiet Quitting não é exatamente o ato de se demitir da empresa, mas sim que os colaboradores façam apenas o mínimo esperado e contratado, como suas tarefas designadas, não trabalhar horas extras ou aos finais de semana.
Após a Grande Recessão em 2008, o ato de trabalhar excessivamente se tornou popular entre gerações mais novas que sentiam a necessidade de ter uma renda maior e iniciar, talvez, um negócio próprio para alcançar o sucesso no cenário ruim da economia. Essa cultura do "workaholic" se perpetuou nas redes sociais e, rapidamente, o excesso de trabalho e desgaste foram romantizados e normalizados, trazendo grandes consequências a ponto do colaborador não conseguir separar sua vida profissional da pessoal, confira alguns dados:
• 32% trabalha mesmo ao utilizar o banheiro;
• 63% mesmo estando doente;
• 70% trabalha no fim de semana.
Como incentivar funcionários e evitar o Quiet Quitting?
É totalmente compreensível que empresas esperem total dedicação de seus funcionários, porém, novos talentos não acontecem sem motivação por trás. Segundo uma pesquisa mundial realizada pela Gallup, apenas 21% dos funcionários estão totalmente engajados no trabalho, custando em dólares, US$ 7,8 trilhões para a economia global.
O que motiva as pessoas a darem o melhor?
Obviamente, cada pessoa possui uma visão particular sobre felicidade e realização pessoal e profissional, e é impossível evitar que as pessoas "saiam silenciosamente" de sua empresa, mas existem estratégias que melhoram o desenvolvimento e engajamento de seus colaboradores no trabalho.
Desenvolver e confiar em pessoas é fundamental para criar motivação e, assim, gerar um compromisso maior delas. Tenha relações com os seus liderados, conecte-se e compartilhe interesses em comum. Atue com compromisso e honestidade, ouça com atenção, passe segurança em suas opiniões, conselhos e decisões. Além de oferecer treinamentos para aperfeiçoar as habilidades do seu time junto com a área de Recursos Humanos. Confira algumas outras opções que podem ser adotadas em sua organização:
• Desenvolver lideranças;
• Oferecer oportunidades de crescimento;
• Reconhecer os feitos;
• Repensar sua gestão e cultura organizacional.
Existem diversas coisas que sua empresa pode oferecer para evitar o Quiet Quitting e o descontentamento de seus funcionários, como salário, cultura, respeito aos funcionários, limites e oportunidades. Com as tendências de comportamento do mercado de trabalho mudando constantemente, é necessário parar e pensar: o que sua empresa tem oferecido para as pessoas?