Julho Amarelo - Mês de conscientização das hepatites virais
01/07/2022A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 2 bilhões de pessoas em todo o mundo já tiveram contato com algum tipo de vírus da hepatite. Apenas no Brasil, 2 milhões de pessoas são portadores crônicos da hepatite B e mais 3 milhões do tipo C. Assim nasceu a campanha de Julho Amarelo com o intuito de reforçar essa prevenção, afinal, as hepatites virais são inflamações silenciosas que atacam e nem sempre demonstram sintomas.
A campanha foi determinada pela Organização Mundial da Saúde e no Brasil foi instituída pela Lei Federal 13.802/2019 e define que nesse mês todas as ações devem ser realizadas para conscientizar a população sobre a doença. O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é comemorado no dia 28 de julho.
As hepatites virais são doenças causadas por agentes etiológicos, chamados vírus A, B, C, D e E. Os mais fortes, porém, são os tipos B e C, que podem evoluir e tornar-se crônicos, afetando o fígado, levando à cirrose ao câncer.
Quais são os tipos de hepatites?
Apenas as hepatites do tipo B e C são responsáveis por cerca de 74% dos casos no país. sendo que a tipo C corresponde a 76% das mortes, é o que dizem dados do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), no caso específico das hepatites virais, que são o objeto da campanha Julho Amarelo.
Hepatite A: tem o maior número de casos, é relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e se cura sozinha. Existe uma vacina para prevenção.
Hepatite B: é o segundo tipo de hepatite com o maior número de incidência, sua contaminação maior é por via sexual e contato sanguíneo. Para melhor prevenção é indicado a vacina e o uso de preservativo.
Hepatite C: a principal forma de transmissão é o contato com sangue, essa hepatite é considerada a maior epidemia da humanidade hoje em dia, cinco vezes superior à AIDS e ao HIV. É a principal causa de transplantes de fígado, podendo causar cirrose, câncer de fígado e levar ao óbito. Infelizmente, não existe vacina.
Hepatite D: afeta apenas pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B pode proteger de uma infecção com a hepatite D.
Hepatite E: é transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), causando grandes epidemias em certas regiões. Não é crônica, porém, mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.
Formas de contágio
As hepatites virais podem ser transmitidas por via fecal-oral, principalmente em áreas com más condições sanitárias e de água, higiene, alimentação; por meio de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, cortadores de unha e alguns outros objetos cortantes. A infecção por transfusão de sangue era muito comum no passado, mas hoje é considerada rara devido ao maior controle e melhorias nas técnicas de triagem de doadores, além do uso de sistemas de controle de qualidade mais eficientes.
Como diagnosticar e fazer o tratamento?
O melhor jeito de diagnosticar uma hepatite é mapeando a doença e identificando sintomas. Assim, é possível definir quais são os exames para tratamento adequado. Atualmente os principais exames diagnósticos são:
- Hepatograma: Exame para definir grau da inflamação
- ALT: Para detectar lesão
- Bilirrubina: Substância de cor alaranjada, que é produzida quando o fígado está inflamado
- AST: Dose de enzima achada em grande quantidade no fígado
- Ultrassonografia: Usado para avaliar tamanho, obstrução e tumor do fígado
- Elastopatia hepática: Detecta danos no fígado
O Sistema Único de Saúde (SUS), oferece tratamento para todos os tipos de hepatite. A falta de conhecimento e desinformação sobre a doença é um dos maiores problemas, por isso, é indicado que toda a população com mais de 45 anos de idade faça o teste que é oferecido gratuitamente em qualquer posto de saúde e caso o resultado seja positivo, que realize o tratamento na rede pública de saúde.