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Ainda hoje há quem use a famosa frase “manda quem pode, obedece quem em juízo” para ilustrar a relação chefe-subordinado, patrão-funcionário ou empresa-empregado. Mas o que se percebe atualmente é que empresas de sucesso não se baseiam mais nesse discurso para pautar relações dentro das organizações, mas em uma proposta democrática de diálogos mais humanos e de debates saudáveis nas tomadas de decisão.

Portanto, ainda há os que tentam manter a ultrapassada e antiga estrutura vertical em suas empresas. Mas os que acompanharam os tempos e evoluíram para o relacionamento horizontal, puderam experimentar os lucros e proventos de humanizar os relacionamentos profissionais em suas empresas.

Em uma entrevista para a ISAE Escola de Negócios, o prof. Rodrigo Casagrande comenta que as 100 melhores empresas para se trabalhar tiveram um retorno melhor no mercado de ações que as 500 maiores empresas da Standard & Poor's. As 100 melhores empresas para se trabalhar tiveram um retorno de 10.32% no mercado de ações, enquanto as 500 maiores tiveram um retorno de 3.71%.

Ou seja, empresas grandes que estão indo bem, dão um retorno no mercado de ações de menos da metade do retorno que empresas consideradas como boas para se trabalhar obtiveram. Esses resultados mostram que proporcionar um bom ambiente de trabalho e um bom clima organizacional dá lucro.

A gestão humanizada tem gerado resultados organizacionais tão bons que empresas como a Dafiti, por exemplo, tem feito melhorias em seus planos de benefícios, visando aumentar a qualidade de vida de seus colaboradores. Todos os colaboradores poderão tirar um dia de folga a cada dois meses e o time administrativo poderá sair mais cedo uma sexta-feira por mês. Essa ampliação do tempo de descanso visa valorizar a qualidade do tempo de trabalho e não a quantidade de tempo e trabalho.

Todas essas iniciativas se baseiam no respeito e valorização do diálogo mais humano entre empresa/colaborador. Por isso, antes de colocar metas e propor entregas e checklists, comece refletindo sobre uma proposta mais humana e democrática de gestão. Só então a visão do que pode ser feito em relação a entregas começará a ganhar forma. Mas cuidado. Dar descansos no trabalho e continuar tratando colaboradores como meros subordinados gerará um efeito nulo em qualquer tentativa de avanço em direção a uma gestão humanizada. Uma ação deve acontecer em paralelo com outra e deve fazer parte de uma cultura interna.

As melhores empresas para se trabalhar tem líderes de credibilidade. Quer ser um líder de credibilidade? Ouça seus liderados. O ouvir aumenta o nível de confiança, o que aumenta o respeito e gera credibilidade. Os tempos mudaram e muitos de seus liderados podem ser de uma geração que se sente estimulada a permanecer apenas em organizações que os valorizem.

Ouvir é valorizar. Valorizar é humanizar. Comece por aí! Afinal, humanizar a gestão de pessoas - seres humanos - é a redundância mais valiosa e necessária de nossa época e é também a estratégia organizacional que dá mais resultados.